Uns Quinze ou Nove

Quanto? Uns quinze ou nove!

domingo, fevereiro 17, 2008

Cinza e azul

- Oi, meu nome é Cléia.
- Oi.
- Sozinho?
- Sim.
- Quer conversar?
- Não sei.
- Como não?
- Depende do assunto.
- Podemos conversar sobre qualquer coisa...
- Onde você mora?
- Aqui mesmo.
- Há quanto tempo?
- Desde que nasci.
- E esse cinza não te enjoa?
- Às vezes, mas, dependendo do horário, olho pra janela e vejo o azul.
- Você vai ao azul com que freqüência?
- Nunca fui...
- Mentira!
- Sério...
- Quantos anos você tem?
- 16.
- E nunca foi lá?
- Nunquinha.
- Mas por que?
- É caro. Mas estou estudando pra tentar uma bolsa de estudos.
- Ah, isso é bom!
- E você, mora aqui também?
- Não, moro lá. Quer dizer, moro aqui agora.
- E o que faz aqui?
- Bolsa de estudos.
- He he, engraçado. Há quanto tempo?
- Um ano.
- E já está enjoado do cinza?
- Tem muito, né?
- Com o tempo você se acostuma. E você vai voltar pra lá?
- Sim, sim.
- Sente falta?
- Um pouco.
- Do que você mais sente falta?
- Da natureza.
- Eu não.
- Claro.
- Pois é.
- E o que você quer fazer lá?
- No azul?
- Sim.
- Estudar.
- Sim, disso eu já sei. Quero saber o que você pretende estudar?
- A natureza, o mar, quero estudar ocenografia e continuar com biologia, botânica, essas coisas!
- He he, engraçado...
- Por que?
- Porque eu sou geólogo e vim pra estudar o cinza.
- Engraçado...
- É, engraçado.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Acabou!

Na placa está escrito: "N. Sra. da Boa Viagem Abençoai os Viajantes".


Como acabou vou ser bem rápido: WAH!

Uma amiga minha me disse bem grosseiramente:
"Agora segue a tua vida". Acho que é o melhor a se
fazer mesmo. Continuar a viagem, abençoado ou não.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Pode trazer o quentão!

Os japoneses e seus animes malucos cheios de bombas nucleares, armas de alguma loucura sônica, raios laser e, por fim, a destruição do planeta. É cada idéia maluca...

Pois então, recentemente, um norte-coreano mandou alguém usar E = m.c² para fabricar bombinhas de São João. O mundo já conhece as conseqüências desse tipo de brincadeira.

É fato que o homem um dia habitará o espaço, porém isso acontecerá somente se ele ainda existir. Se a tecnologia nuclear continuar sendo explorada por lunáticos como Bush Filho, Ahmadinejad e Kim Jong II, restarão apenas sub-organismos neste planeta que, em pouco tempo, não nos oferecerá muito além de água salgada.

E o Irã? Imagine um israelense entregando a chave da sua casa para um membro do Hezbollah, cujo discurso é de que não a usará para abrir a porta, apenas para criar boas fechaduras. Talvez este pensamento seja um tanto extremista, mas então quem acha que o Irã pode, sem problema algum, estudar seus próprios meios de geração de energia atômica? Lembre-se da cultura deste país, não esqueça que grande parte da população islâmica mataria você por algo como uma caricatura de Maomé. Talvez este seja um verdadeiro extremismo.

Agora teremos mais um país ingressando na festa de São João, e então o mundo inteiro na roça comemorando: foguetinho dos Estados Unidos, estalhinho da Rússia, chuveirinho de Israel, estrepa-moleque da Coréia do Norte, e assim por diante... Os japoneses, que não sabem brincar, trarão artigos pirotécnicos mais avançados, bem como lasers e outros equipamentos eletrônicos, mas, de qualquer forma, esse arraial será porreta!

segunda-feira, outubro 02, 2006

Votei consciente e voltei inconsciente.

Domingo! Estás belo demais para uma tarefa tão mórbida: a eleição de 2006. Mas, como todos dizem, temos o nosso jeitinho brasileiro. Pois então vos digo que a tristeza, ao sair do CEFET, foi rapidamente substituída por uma bela dor de cabeça, uma sede cortante, um calor insuportável e um pulo dimensional no tempo e espaço: em minutos após apertar a tecla verde, percebi-me deitado em minha cama bêbado.

Ligo o monitor: segunda-feira, 2 de outubro de 2006.

Acho que ontem votei 51.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Vergonha é roubar!

Quase meia noite e estávamos reunidos para uma sessão de filmes. Na hora de colocar o DVD no aparelho pude perceber que se tratava de uma “cópia ilegal”. Todavia o pior estava por vir: a vinheta contra o uso de DVD pirata:


- Você rouba DVD das locadoras de vídeo ou das lojas? – Locutor.

- NÃO! – Respondemos em coro.

- Você assiste DVD pirata.

- SIM! – Mais uma vez o coro.

- Quem compra DVD pirata está fazendo o mesmo que quem rouba DVD.


E aquilo tudo conseguiu chamar a minha atenção... Pena que tenha sido de uma maneira inversa!
Logo pensei “serei eu realmente um ladrão?” e olhei ao meu redor e tornei a pensar “estou cercado de ladrões?”, concluí que aquilo não fazia muito sentido. Então pensei numa maneira de contornar essa situação e então surgiu uma vinheta em minha mente:


- Vocês têm isenções nos impostos? – Nós, os ladrões.

- SIM! – Os empresários em coro.

- Vocês ganham rios de dinheiros explorando os trabalhadores e somam quantias absurdas em suas contas bancárias, aumentando assim a má distribuição de renda no nosso país? – Nós, os ladrões idiotas.

- SIM! – Os pobres empresários preocupados com DVD pirata.

- Vocês vendem DVD mais barato para os pobres e miseráveis? – Mais uma vez os meliantes.

- NÃO! – Os nobres.

- É, realmente nós somos a corja desse país. Mas antes eu quero fazer uma denúncia: tenho um amigo, que mora em Brasília, que assistiu ao Dois Filhos de Francisco num avião de um fabricante europeu, a Airbus (Se precisava tanto de um avião, por que não comprou da Embraer?), sendo que o filme ainda estava em cartaz nos cinemas e nem se cogitava o lançamento de seu DVD. Ele também será preso?


Silêncio...
Mais silêncio...
Mais silêncio ainda!


Lembrem-se: pirataria é crime.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Qual o papo esse domingo?

O circo nacional do dinheiro público no ar. Os palhaços mais parecem urubus voando sobre o país em estado de putrefação, mas o que torna tudo realmente preocupante é quando pensamos “o que farei no domingo?”.

Estamos a quatro dias do ápice democrático brasileiro, porém precisamos ser obrigados a pressionar os botões, estes deveriam ser procurados pela nossa sede democrática. Tamanha é a sujeira e a baixaria que até a integridade de um parente ou de um amigo nosso, que seja político, é contestável.

Regionalizando a situação, eu pergunto: quem assistiu o debate dos governadores do estado do Pará? Não parecia que estavam todos entorpecidos? Digo mais, não houve a ligeira impressão (ou nítida) de que eles não sabiam do que estavam falando? E quando tal candidato perguntou “O senhor não escreveu este livro?” e o outro respondeu “Não, eu não o escrevi!” então a conclusão “Ah, então deve ter sido outra pessoa”. Mas o que é isso? Sem contar as outras perguntas idiotas com respostas imbecis. Sem contar a falta de educação de outros, sempre gritando após o esgotamento do tempo de pronunciamento. Sem contar em outros que deixavam lacunas de silêncio entre cada palavra, o que me pareceu total falta de segurança no que se dizia. Sem contar os dez mil litros de óleo-de-peroba necessários para fingirem que não sabemos que dois opositores apóiam certo candidato com o nome sujíssimo na praça, que por sinal quer eleger-se deputado federal e, não duvidem, ele conseguirá!

Há esperança? Onde? Em quem? Ela quase se extinguiu e por pouco não fora exterminada por nossos líderes, porém ainda resta um pouco e é deste mínimo que precisamos para alimentar a nossa vontade de aniquilar a incompetência, o desperdício e a imoralidade.

Mas qual é o papo esse domingo?